domingo, 14 de março de 2010

Dia da Poesia




Castro Alves



Olá Meninas Super Poderosas!

Divertiram-se e descansaram no final de semana? Hoje eu dormi a tarde todinha, meio entediada e cansada...

A Lola e o Pitico estão "de mal" de mim, afinal dei banho neles...hehehe. Ficam meio sismados uns dois dias, depois esquecem. Mas ainda entram no meu banheiro ressabiados, procurando a bacia, olhando o box com olhinhos bem arregalados....hahaha

Ia fazer minha postagem somente amanhã, mas hoje é um dia muito, mas muito especial mesmo!

É o Dia da Poesia!  Querem coisa mais linda que um poema?

E vocês sabem por que 14/03 é data escolhida para ser o Dia da Poesia? A data escolhida homenageia o poeta Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871). Hoje é o 163º aniversário de nascimento dele.

Sem dúvida nenhuma ele se encontra entre meus poetas prediletos, seja pela imensa capacidade de traduzir agruras e sentimentos, seja pela tenra idade em que produziu suas obras e nos deixou, afinal morreu com apenas 23 anos.

Escreveu preciosidades como Navio Negreiro, de teor abolicionista que até hoje derrete o mais frio dos leitores. Soube também produzir delicadezas de embevecer todas as mulheres...

Quando tinha 13 anos e fiquei mocinha, ganhei de meu irmão mais velho o livro Espumas Flutuantes. Foi quando passei a me encantar (e de certa forma me enamorar) por Castro Alves.

Até então eu sempre havia desejado ter nascido com os olhos azuis do meu pai. Mas eis que me deparo com poesias de Castro Alves que teciam loas aos olhos castanhos, que se encantavam pela escuridão de um olhar comum... Eu era apenas uma menina e não havia como não me apaixonar por ele... E, com ele, aprendi a amar também os olhos castanhos e a não desejar tê-los de outra cor.

E, do livro Espumas Flutuantes, deixo com vocês o belo e ardente poema de um apaixonado, O Gondoleiro do Amor.

Encantem-se e apaixonem-se, Castro Alves é todo nosso...


O GONDOLEIRO DO AMOR

De Castro Alves


Barcarola
Dama negra

Teus olhos são negros, negros,

Como as noites sem luar...

São ardentes, são profundos,

Como o negrume do mar;



Sobre o barco dos amores,

Da vida boiando à flor,

Douram teus olhos a fronte

Do Gondoleiro do amor.



Tua voz é a cavatina

Dos palácios de Sorrento,

Quando a praia beija a vaga,

Quando a vaga beija o vento;



E como em noites de Itália,

Ama um canto o pecador,

Bebe a harmonia em teus cantos

O Gondoleiro do amor.
 

Teu sorriso é uma aurora,

Que o horizonte enrubesceu,

— Rosa aberta com biquinho

Das aves rubras do céu.




Nas tempestades da vida

Das rajadas no furor,

Foi-se a noite, tem auroras

O Gondoleiro do amor.




Teu seio é vaga dourada

Ao tíbio clarão da lua,

Que, ao murmúrio das volúpias,

Arqueja, palpita nua;




Como é doce, em pensamento,

Do teu colo no langor

Vogar, naufragar, perder-se

O Gondoleiro do amor!? ...




Teu amor na treva é — um astro,

No silêncio uma canção,

É brisa — nas calmarias,

É abrigo — no tufão;




Por isso eu te amo, querida,

Quer no prazer, quer na dor,...

Rosa! Canto! Sombra! Estrela!

Do Gondoleiro do amor.


Recife, janeiro de 1867.



*************

Navio Negreiro


E, se desejarem se derreter e se emocionar com a maldade da escravidão, vejam o vídeo abaixo.

Que nos sirva de exemplo para nunca mais esquecermos a maldade que assolou esses pobres coitados que nos ajudaram a construir o Brasil com seus suores, sangue e lágrimas.

Com imagens do filme Amistad, realizado por Steven Spielberg, escutem Tragédia no Mar (O navio Negreiro), na voz de Paulo Autran.

É emocionante!

Obrigada por tudo, Castro Alves...






Uma das poucas fotos de Castro Alves

*************


“O Segredo dos Seus Olhos”

 Por que o Brasil não faz um filme igual ?


Estava lendo o excelente blog do Paulo Henrique Amorim e me deparei com a pergunta acima.

Este filme em questão é argentino e ganhador desse ano do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. As crítcas não poupam elogios tanto à performance dos atores quanto à direção magnífica. São unânimes em afirmar que o filme é excelente!

Então Paulo Henrique nos responde à pergunta assim:

"Enquanto o Brasil fizer filmes com a atual Lei Rouanet, e dirigidos pela Globo, por banqueiros e publicitários não fará nada parecido. Faltam vísceras."

Mesmo com os avanços das duas últimas décadas, ainda temos muito o que caminhar no mundo cinematográfico.

E como se não bastanssem tantas telenovelas, ainda nos empurram goela abaixo filmes com o mesmo formato à la Rede Globo, não é mesmo Daniel Filho?

Agora deixo a pergunta com vocês:

- Assistiram a esse filme? Gostaram?
- O que acham do cinema nacional?


*************

Queridas:

Que tal vocês me mandarem sua poesia predileta?

Sintam-se à vontade para me encaminhar as que mais gostam e no meio da semana farei uma postagem especial com o nome e blog de vocês!

Tenham todas um bom início de semana!

Beijoooooooo





16 comentários:

  1. Olá menina dos olhos castanhos.

    Não sou fã de poesia, mas algumas eu até gosto quando me toca, entende? como os poemas e pensamentos de Cora Coralina.

    São poemas com palavras simples.

    Também aprecio as frases de Cecília Meireles.

    Saber Viver - Cora Coralina

    Não sei... Se a vida é curta
    Ou longa demais pra nós,
    Mas sei que nada do que vivemos
    Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

    Muitas vezes basta ser:
    Colo que acolhe,
    Braço que envolve,
    Palavra que conforta,
    Silêncio que respeita,
    Alegria que contagia,
    Lágrima que corre,
    Olhar que acaricia,
    Desejo que sacia,
    Amor que promove.

    E isso não é coisa de outro mundo,
    É o que dá sentido à vida.
    É o que faz com que ela
    Não seja nem curta,
    Nem longa demais,
    Mas que seja intensa,
    Verdadeira, pura... Enquanto durar


    Cecília Meireles

    Tenho fases, como a lua
    Fases de andar escondida,
    fases de vir para a rua...
    Perdição da minha vida!
    Perdição da vida minha!
    Tenho fases de ser tua,
    tenho outras de ser sozinha.


    Não há como não se emocionar e ficar revoltada com as dores, sofrimentos, vexames e humilhações que passaram os escravos.
    Lembrei-me da mini-série Raízes.
    O sofrimento de Kunta Kinte e sua família, nossa, como eu chorava...

    Ah, nunca consegui gostar do cinema nacional, não tem jeito!
    O som é pessimo, muito escuro, só mostra miséria e sexo.

    Assim com não assisto a globo a emissora de tv que faz lobotomia (globotomia).

    Beijos...

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  2. Então, Silvana,

    Eu que fiz os caminhos sim.
    Como molde eu coloco a mistura de cimento naqueles pratos plástico de vaso de planta.
    Deixo secar uns dois dias e, pra desenformar é só fazer uma pressão na borda do prato.


    Oh amiga, estou tão triste e impressionada com a perda da Analu, do blog coisasdeanalu...
    A cadelinha dela "partiu" no sábado.
    Ai meu Deus, fico me imaginando no lugar dela, o que será de mim quando isso acontecer com meu Flukinho.
    Affe.. que tormento!


    Hoje finalmente choveu e refescou um pouco por aqui.
    Ainda bem que o outono está chegando, oba!!!

    Um refescante fim de semana para você!
    Beijos...

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  3. Oi,Silvana.
    Me delicio com seu Blog e seus escritos,tem sempre tiradas inteligentes e espertas.Sobre poesias,gosto muito de Canteiros,da Cecilia Meireles,me emociona.Castro Alves foi um prodigio,tao jovenzinho,ne?Pena que se foi cedo,poderia ter produzido muito mais.
    Bjs querida.zenaide storino.

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  4. Eu nem sei tenho tantas. Mas sabe que nunca, nunquinha mesmo li nada do Castro Alves? Absurdo né?! Tb acho, vou me atualizar e essa poesia que vc colocou é linda mesmo.

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  5. Oi Sil!
    Obrigada pelo carinho e pelo beijinho!!!
    Nós estamos super bem, logo logo saberemos o sexo do bb, depois do dia 19 farei o ultrasson!
    dai acaba o mistério!
    Tenha uma linda semana!
    Big bjus

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  6. Silvana vim agradecer a otima dica que me passou, da proxima vez que fizer, vou testar, um abraço!

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  7. OIIIIIIII, td bem com vc?? Que saudade, vi vc comentando num blog e vim te fazer uma visitinha, estive em Marília em janeiro, fiquei só 2 dias, ja estou c/ saudade dessa terrinha boa.
    Venha me ver tbém menina!!
    bjs,
    lena

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  8. Sil, que presente esse seu post. Uma delidcadeza sua nos lembrar (pelo menos a mim) que ontem foi o dia da poesia. Deixo aqui minhas duas preferências: Cecília Meireiles e a primeira poesia que li na vida (devia ter uns sete anos):
    Ou Isto ou Aquilo

    Ou se tem chuva e não se tem sol,
    ou se tem sol e não se tem chuva!
    Ou se calça a luva e não se põe o anel,
    ou se põe o anel e não se calça a luva!
    Quem sobe nos ares não fica no chão,
    quem fica no chão não sobe nos ares.
    É uma grande pena que não se possa
    estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
    Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
    ou compro o doce e gasto o dinheiro.
    Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
    e vivo escolhendo o dia inteiro!


    Não sei se brinco, não sei se estudo,
    se saio correndo ou fico tranqüilo.
    Mas não consegui entender ainda
    qual é melhor: se é isto ou aquilo.
    E claro vinícius de Moraes e o seu Soneto de Fidelidade

    De tudo ao meu amor serei atento
    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
    Que mesmo em face do maior encanto
    Dele se encante mais meu pensamento.

    Quero vivê-lo em cada vão momento
    E em seu louvor hei de espalhar meu canto
    E rir meu riso e derramar meu pranto
    Ao seu pesar ou seu contentamento

    E assim, quando mais tarde me procure
    Quem sabe a morte, angústia de quem vive
    Quem sabe a solidão, fim de quem ama

    Eu possa me dizer do amor (que tive):
    Que não seja imortal, posto que é chama
    Mas que seja infinito enquanto dure.

    Bjs amiga

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  9. Eu tenho muitas poesias prediletas, muitos autores/as!!!!!!!
    Mas Camões não poderia ficar de fora com o Soneto Amor é fogo que arde sem se ver...

    Beijão e uma excelente terça!!!!!

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  10. Amiga querida to passando aqui pra te deixar um baita beijo.
    Estava viajando mais já voltei pro reduto. kkk
    Bota aí alguma coisa do obceno do Caio Fernando Abreu.
    Afff, ele entendia tudo!

    Bjokas da

    Kakau - bsb

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  11. A que legal Sil!!!Adoro Pablo Neruda e tem um em especial dele que gosto muito, espero que goste tbm:

    Morre lentamente,
    quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música,
    quem não encontra graça em si mesmo.

    Morre lentamente,
    quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.


    Morre lentamente ,
    quem se transforma em escravo do hábito,
    repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
    não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.

    Morre lentamente,
    quem faz da televisão o seu guru.

    Morre lentamente,
    quem evita uma paixão,
    quem prefere o negro sobre o branco e
    os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
    sorrisos dos bocejos,
    corações aos tropeços e sentimentos.

    Morre lentamente,
    quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
    quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
    quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

    Morre lentamente,
    quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

    Morre lentamente,
    quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
    não pergunta sobre um assunto que desconhece,
    ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.


    Evitemos a morte em doses suaves,
    recordando sempre que estar vivo
    exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

    Pablo Neruda

    Beijokass amiga

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  12. Oi queridona, eu tb postei sobre a poesia, mas um tanto quanto atrasada rsssss.
    Muito diferente da sua, eu já sou mais de crônicas do que de poesias.... lamentável eu sei, mas fazer o que né ?? kkkkkk
    Beijokas mil

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  13. Sil Lindona...
    Eu realmente dei um tempo no blog, estava meio de baixo astral e não queria transparecer, então resolvi me ausentar por uns dias, mais agora já melhorou, a TPM passou. Esqueci de tomar o remédio que você me indicou, falha minha, e acabei ficando maus de TPM, só depois me lembrei, mais já era tarde.
    Mais enfim... Adorei os seus dois últimos post, que coisa linda você e a Geórgia, peminha não ter dado tempo de eu dar minha opinião quanto ao artesanato que você ensinará, mais acho que as caixinhas seriam melhores mesmo, talvez um fuxico para enfeitar as caixas, tenho certeza que ela vai amar de paixão. E você como profº tá aprovadissima, porque graças a sua paciência estou fazendo uns fuxicos para te presentear daqui uns dias. ('-')
    E o rocambole, já peguei a receita, vou tentar fazer para o B.O. vamos ver se acerto, depois te conto como ficou.
    Me emocionei bastante com o video do navio negreiro, é inacreditável pesoas racionais fazerem isso com outras pessoas, me bate uma revolta.
    Amiga sobre o concurso que foi anulado o B.O. me disse que foi apenas para o cargo de psicologo, peninha porque eu já estava tentando convence-lo de fazer a outra prova. :(
    Obrigadão pela dica da prova da CEF, com certeza irei fazer minha inscrição, obrigadão mesmo pela força.
    Amiga, e você o que tem feito? Muitos artesanatos???
    Não pense que esqueci da promessa de te mandar o docinho japonês, lembra-se??? É que tô terminando umas coisas de fuxico e mandarei junto, então tenha só um pouquinho de paciência. hehehehe
    Ufaaaa, acho que já escrevi demais, então Sil querida tenha um ótimo dia.
    Mais tarde volto por aqui para ver como foi as aulinhas com a Geórgia.
    Smack!!!

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  14. Viva a poesia!
    Linda sua homenagem a Castro Alves.
    Estou surpreendida com esse post, suas palavras sempre tão inteligentes e poéticas.
    Volto para postar meu poema favorito.
    Xerosssss

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  15. Lindo lindo!!!
    Não conhecia estes filmes, mas já coloquei na lista!
    Bjs

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  16. Bom dia Sil!
    Vim postar a minha poesia.
    Como muitos, são tantas que nem escolhi muito.
    Esse poema me acompanha desde pequenina e muitas e muitas pessoas conhecem.
    Então aí vai:

    SONETO DA FIDELIDADE
    Vinícius de Morais
    De tudo, meu amor serei atento
    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
    Que mesmo em face do maior encanto
    Dele se encante mais meu pensamento.
    Quero vivê-lo em cada vão momento
    E em seu louvor hei de espalhar meu canto
    E rir meu riso e derramar meu pranto
    Ao seu pesar ou seu contentamento.
    E assim, quando mais tarde me procure
    Quem sabe a morte, angústia de quem vive
    Quem sabe a solidão, fim de quem ama
    Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
    Que não seja imortal, posto que é chama
    Mas que seja infinito enquanto dure.


    XEROS

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