quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"A Arte de Perder"


Capa do livro biográfico de Lota e Bishop


"A arte de perder não é nenhum mistério;/ tantas coisas contêm em si o acidente/ de perdê-las, que perder não é nada sério".

Elizabeth Bishop (1911-1979), in "One Art"




Olá Fofas de Plantão!

Estão todas bem? Espero que sim.

Faz tempo que não falo de livros por aqui, né?

Estava relendo uns poemas esta semana e me lembrei do centenário de nascimento de uma das maiores poetisas de língua inglesa do século XX: Elizabeth Bishop.

Eu sempre admirei mulheres fortes, que marcaram seu tempo de alguma forma, seja na arte, no comportamento, na inovação da escrita. E é atrás da biografia e da história de vida delas que muitas vezes vou: Madame Curie, Ágatha Cristhie, Simone de Beauvoir, Tarsila do Amaral, Pagu, Silvia Plath e muitas outras.

Para quem não sabe, Elizabeth Bishop nasceu nos EUA em 1911 e foi vencedora de um dos prêmios de literatura mais importantes do mundo, o Pulitzer. Um grande feito para uma mulher com um histórico de vida tão sofrido: criada sem os pais (a mãe morreu em manicômio), educada por parentes frios e severos, portadora de grave doença respiratória, discriminada por sua opção sexual (era lésbica assumida). Tudo isso levou a se tornar alcóolatra e, posteriormente, depressiva.

A vida dela não foi fácil e, para esquecer tantos apuros do passado e do presente, resolveu, no início dos anos 50, fazer uma viagem à América Latina. Desembarcou no Brasil e aqui ficou por mais de 15 anos. Morou em Petrópolis, Rio e Ouro Preto.

Aqui no Brasil manteve um relacionamento amoroso de 15 anos com uma famosa paisagista e urbanista, a Maria Carlota Costallat de Macedo Soares, mais conhecida como Lota de Macedo Soares.

Lota de Macedo Soares foi muito famosa na época, uma das responsáveis pela construção do Parque do Flamengo, localizado na cidade do Rio de Janeiro e que é o maior aterro urbano do mundo.

Deste  namoro com Lota e também com o Brasil, Bishop teve uma de suas fases como escritora mais produtiva, pois quando recebeu o prêmio Pulitzer ela já morava há 5 anos no Brasil. Em seus poemas sempre há pinceladas do nosso país, da história daqui, do seu amor com Lota, de sua perda.

Infelizmente, o relacionamento de ambas não ficou bem resolvido. Por volta de 1966 Bishop rompe com Lota e retorna aos EUA. O motivo seria o fato de Lota não conseguir se recuperar de uma grave depressão.

Em 1967, ainda separadas, Lota resolveu viajar para Nova Iorque para se encontrar com Bishop. No mesmo dia em que chegou, abalada com seu relacionamento com Bishop, sua companheira encontrou-a caída na cozinha com um vidro de antidepressivo nas mãos. Lota suicidara-se.

A morte de Lota marcou para sempre a vida de Elizabeth Bishop, que a ela dedicou inúmeros poemas.

As posições políticas de Bishop e Lota no Brasil são discutíveis por diversos aspectos - afinal ambas eram amigas do Carlos Lacerda, que viria a apoiar a ditadura.

As opiniões de Bishop sobre o Brasil também eram sempre ambíguas: num momento morde, noutro assopra. Elogiava a beleza e deprezava nosso provincianismo.

Mas, inobstante tais observações que faço, a leitura de Bishop, com olhar atento e apurado, é sempre um deleite. Diria até que deveria ser uma leitura obrigatória, tamanha a singeleza de seus versos. Aliás, Bishop chegava a levar anos para terminar um poema, com o fim de encontrar a sonoridade e a rima perfeitas. Uma poetisa única, sem dúvidas.

Como muitas leitoras não sabem inglês, deixo com vocês um poema lindíssimo, já traduzido, feito para a companheira Lota e com referências claras ao nosso Brasil:


Uma Arte



A arte de perder não é nenhum mistério


tantas coisas contém em si o acidente


de perdê-las, que perder não é nada sério.


Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,


a chave perdida, a hora gasta bestamente.


A arte de perder não é nenhum mistério.


Depois perca mais rápido, com mais critério:


lugares, nomes, a escala subseqüente


da viagem não feita. Nada disso é sério.


Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero


lembrar a perda de três casas excelentes.


A arte de perder não é nenhum mistério.


Perdi duas cidades lindas. Um império


que era meu, dois rios, e mais um continente.


Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.


Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)


não muda nada. Pois é evidente


que a arte de perder não chega a ser um mistério


por muito que pareça (escreve) muito sério.


(Elizabeth Bishop; tradução de Paulo Henriques Brito)



Foto de Elizabeth Bishop no Brasil:

(com gatinho no colo e tudo...hehehe)





Foto da companheira de 15 anos, a brasileira Lota de Macedo Soares:






Agora vocês me perguntam: ué, o que faz a foto da Glória Pires faz aqui nesta postagem??

A nossa Glorinha interpretará o papel de Lota no cinema. O nome do filme? "A Arte de Perder", numa referência ao poema que Bishop dedicou a Lota.

O filme está previsto para ser rodado ainda neste ano, com direção de Bruno Barreto. Para o papel de Elizabeth Bishop estão sendo cotadas as atrizes Amy Irwing e Jodie Foster. Eu gostaria que fosse Julianne Moore , pois eu a adoro.

Vamos aguardar e torcer para que seja rodado logo, pois será um grande filme!

Glorinha, nossa Lota de Macedo Soares:


Capa de um dos livros de Elizabeth Bishop



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Queridas:

Tenham todas um excelente final de semana!

Curtam suas famílias, suas casas e seus livros!

Aproveitem para colocar a leitura em dia, que tal?

Beijooooo





quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Meu Niver! :O)




Olá Queridas Amigas!



Ontem, dia 09/02, foi meu aniversário. Pois é, mais um aninho  :O(

Eu não sou muito chegada em aniversário e, como já comentei no ano passado, acho que isso ocorre porque nasci numa terça-feira de carnaval, sem nunca ter gostado de carnaval...hehehe

Na verdade, nem ia comentar sobre meu aniversário, ia deixar batido esse ano. Ando triste demais com toda essa sitação, minha mãe que não melhora, dois dos meus irmãos simplesmente sumiram do mapa e nem telefonam pra saber dela, sobrinhos que também sumiram... Enfim, uma desunião ocorreu e isto, aliado à doença dela, só me entristece.

Mas, ainda bem, tenho amigas que sempre que me encontro assim me jogam lá pra cima, me animam, encontram em mim qualidades que nem sei mais se tenho mesmo. São bondades de amigas, deve ser isso.

E três dessas amigas, blogueiras e queridas, se lembraram do meu aniversário e me fizeram uma linda homenagem em seus blogues. São dessas pessoas que a gente tem vontade de ter por perto, de agarrar e não largar mais.

É, porque é bom esclarecer, com as amigas eu sou mesmo assim: sou doce, melosa, grudenta... como mel...rs. Sou uma overdose glicêmica ambulante....kkk

Ih, sou também "faladeira"... dessas que quando desanda a falar não para nunca mais. E falo de tudo um pouco, sou polivalente em manter uma conversa animada (vez ou outra alguém boceja, mas lanço meu olhar de laser que corta ao meio e a pessoa logo se anima em acordar...hahaha).

Também adoro combinar conversa com "rango", então em casa tem sempre uma garrafa de café esperando alguém chegar, uma cerva na geladeira para emergências, um vinho escondido em lugar escuro para acompanhar a macorronada de última hora e assim vai...

Infelizmente, com o passar dos anos e o acúmulo de problemas, algumas visitas rarearam. Mas sempre tem as amigas que aparecem e já vão direto fuçar nos potes de biscoito, na garrafa de café, na geladeira pegar o refrigerante... E é desse jeitinho mesmo que eu gosto: que a pessoa venha e se sinta em casa.

Do mesmo modo que recebo aqui em meu lar, tento receber aqui em meu blog. Quero que venham e se sintam à vontade. Este é um dos meus propósitos com o blog: fazer amizades verdadeiras.

Então, a todas vocês que se lembraram do meu aniversário, meu muito obrigada. Venham sempre, sejam bem-vindas, o blog também é de vocês.

E, às três amigas em especial que se lembraram de mim e me homenagearam em seus blogues, meu muito obrigada pelo imenso carinho.

São elas:





Ah, com a homenagem dessas fofas aí de cima, fiquei toda envergonhada...hehehe

Muito obrigada, lindas!  :O)



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Queridas

Muito obrigada pelo carinho de sempre e pela amizade sincera.

Vocês realmente fazem meus dias serem mais fáceis...

Beijooooo






terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Trabalhinhos, esmalte fofo e Gatinho Brincalhão






Olá Queridas!

Espero que estejam todas bem. Como repararam, voltei aos poucos a postar em blogues amigos. Sei que ando lenta, mas é que a minha vida é uma novela. Hoje, inclusive, fomos assaltados aqui no nosso mercado. Mas isso é assunto pra outra postagem...rs. Depois conto os detalhes sórdidos.

Finalmente resolvi voltar ao artesantao.

Confesso que esta volta está sendo tão lenta quanto o retorno ao meu blog, mas o importante é que voltei, pois me fazia muita falta.

Eu já tinha comprado, faz um tempo, uns guardanpos diferentes em preto e branco. Pretendia me aventurar por este mundo bicolor, afinal sempre ficava nas caixinhas coloridas.

Eu fiz duas caixas  bicolores que, creio eu, ficaram lindas. Coloquei até espelhos, pois como já sabem, nasci com espírito de Drag Queen e sou louca por brilhos e purpurinas...hehehe

Porém o comichão do colorido falou mais alto e fiz uma caixinha mega-psicodélica para a minha sobrinha Vivi. Ficou bem anos 70, com mega flores. Nossa, eu a enfeitei tanto, mas tanto, que duvido que alguém consiga por mais brilho numa caixinha...kkkk

A verdade é que ficou um trabalho muito bonito e bem de menininha, afinal pink com preto elas gostam, mas se tiver muito brilho elas adoram  :O)

Nem preciso dizer que a Vivi amou o resultado. Aliás, foi ela quem me ajudou nas 3 caixinhas: deu fundo branco, pintou de preto, lixou, pintou as partes internas. Uma graça. Fez tudo direitinho...rs

Vamos às fotos?


Esta caixinha com desenho de camafeu eu amei!
Reparem que lasquei espelhos em cima e embaixo, além de alguns aleatórios.
A foto, modestia à parte, não faz jus ao resultado, pois esta caixinha ficou um  escâncadalo de tão linda!
Para deixar com ar mais antiguinho ainda, pintei poás dentro e fora dela.
Esta caixa será da minha cunhada Beth, mãe da Vivi e da Naira.





Esta é a caixinha da Vivi, toda psicodélica...kkkk

Uma dica para quem desejar fazer igual: primeiro faça os desenhos das flores e depois pinte de preto contornando e deixando as flores de fora. Somente depois do preto pintado e bem seco você vai pintar as flores com as cores que escolher.

Depois das flores pintadas e bem secas, pinte os desenhos das pétalas de preto e enfeite a flor com tinta relevo de cores variadas (nem precisa combinar). Depois disso enfeite com miçangas e lantejoulas os miolinhos.


Depois de pronta sapique lanteloulas por toda peça, dando um efeito de falso bordado.
Lembre-se que para colar as lantejoulas e miçangas a peça já deverá estar envernizada e a cola será a cola para lantejoulas.


Taí uma caixa ultra mega fofa psicodélica...kkkk


Esta caixa abaixo eu também amei. Ela tem um desenho abstrato bem dos anos 30, antiguinho, que mistura dourado e prata com muito bom gosto. Custei pra achar um guardanapo assim, affff...

Dei fundo preto (exceto na tampa, que deixei branca) e depois fiz poás, para deixar ainda mais com cara de anos 30  :O)

Como meu lado Drag Queen gritou nesta hora, escorreguei nos brilhos: contornei a tampa com espelhos, contornei o dourado com squizz dourado e recheei com dourado com glitter.
Não satisfeita, ainda contornei o prata com prata velho e depois contornei o preto com prata com glitter!

Pensam que parei?

Que nada, ainda salpiquei muitos espelhos na tampa...kkkkk

Já sei o que vão dizer: na próxima encarnação nascerei uma traveca mega-luminosa! Ui!   :O)

Brilho é tudo, amigas!




Ficou fofa, né?


E ela tem muitas divisórias pra guardar brincos e outras coisas de mulherzinha!  :O)



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Penélope Charmosa


Resolvi ir na minha amiga Márcia fazer podologia.
Como somos amigas de infância, ela ainda me faz a mão de graça...hahaha
Nada como ter boas amigas, né?
Vejam o resultado, que fofura!



Eu mesma levei o esmalte.
Usei o da linha Penélope, da Risqué, de nome "charminho lilás"


Aproveitei pra dar um talento nas patinhas, que estavam bemmmm judiadas...hehehe
E a sandália, mesmo sem querer, é combinete com o esmalte  :O)



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Meu gatinho brincalhão


O Vuvuzela está um mocinho muito fofo!  :O)

Nem contei a vocês, mas em dezembro ele foi castrado. Depois de dois dias da castração o danadinho fugiu. Levei 3 dias pra encontrá-lo e, quando consegui, caí chorando de alegria, tamanho o medo de perdê-lo...

Tirei estas fotos mais pensando na minha amiga Zenaide Storino, madrinha do Vuvuzela.

Vejam como ele está lindo, brincando com uma pena:




"Ui, quase peguei a peninha!"


Meu mocinho é arteiro, mas como o castrei muito jovem, não crescerá muito, ficará pitiquinho.


A castração foi necessária para evitar que fugisse atrás das gatas e se machucasse, afinal ele atingiu a puberdade muito cedo.


Agora ele parou de marcar território, nunca mais fugiu e vive a brincar pra me fazer feliz!




O Vuvu é uma escultura viva! Nunca vi gato mais fotogênico!  :O)

Lindo, né?




Queridas:

Tenham todas um ótimo dia, sem stress e com muito amor!

Amanhã ainda terminarei minhas visitinhas ao blogues das amigas!  Devagar eu chego lá!  :O)

Beijoooo






domingo, 6 de fevereiro de 2011

Meninas Superpoderosas!


Naira e Vitória comendo pão com manteiga e sentadas no meu jardim...hehehe




Olá Queridíssimas!

Como passaram de final de semana?

Aqui a correria foi grande demais, pois sábado decidi fazer uma faxina de derrubar o barraco...hehehe. Nossa, fiquei tão quebrada que passei o domingão me lamentando do feito e me lembrando que a idade chegou, ando bem velhinha pra essas peripécias...rs

Eu estou devagarinho entrando em todos os blogues e respondendo carinhosamente aos comentários, mas está demorando mais que o previsto por duas razões: minha internet está bem lenta e eu não estou sabendo otimizar o tempo. Mas conseguirei, vocês vão ver!  :O)

Como a foto da Vitória fez muito sucesso na outra postagem, hoje trouxe algumas fotos das minhas sobrinhas, duas guerreiras, que estão sempre aqui pra me ajudar a fazer a vida da minha mãe menos triste e solitária.

São duas meninas muito doces, educadas e prestimosas: é só chamar que elas vem correndo!

A Naira é a mais velha e é a cópia da minha mãe quando jovem, se parecem demais. Tem 19 anos e está no segundo ano de faculdade, na Famema. Estudiosa e brilhante, certamente será uma grande profissional, pois se dedica desde já a quem precisa.

A Vivi está toda feliz, pois acaba de começar a 5a. séria (acho que agora mudou tudo, mas é a antiga 5a. série...rs). Está feliz porque vai com os livros na mão. nem precisa mais de mochila, pode usar bolsinha e tem 11 matérias. Anda eufórica, com aquela felicidade de nos fazer inveja e saudade do tempo antigo...rs.

E ela chega da aula e corre pra contar para a avó as novidades, os novos amigos e tudo mais.

Sei que parece coisa de tia coruja (e eu sou mesmo corujona...hehehe), mas estas meninas são diferencidas - afinal tenho outros sobrinhos para comparar comportamentos. Elas são muito humanas e preocupadas com a avó, muito envolvidas na recuparação dela e sofrem nos momentos mais críticos.

Moram perto, mas se não aparecem aqui telefonam, mandam torpedo. A Vivi adora escrever cartinhas para a avó, cartões, fazer desenhos lindos e caprichados - que depois colo na parede.

Eu acho que ser mais humano é isso, começa na infância com os pais ensinando essa lição de amor. Um telefonema, um desenho enviado pelo correio, um cartão no Natal ou aniversário, uma palavra, um torpedo. Basta um pouco de amor e solidariedade para contribuir numa recuperação, para fazer a vida de um doente mais leve.

Minha mãe tem NOVE netos, mas apenas essas duas se preocupam com ela. Os demais sumiram, sob a proteção da desculpa confortável de morar distante. Netos que, a seu modo, ela sempre amou, mas que apenas seguem o caminho de cunhadas e pais.  O caminho triste da indiferença por uma velha carcomida na doença.

A mesma indiferença que tiveram com o avô, hoje repetem com a avó. Porque você pode errar uma vez, mas se uma segunda oportunidade surgir, você deve agarrar e se redimir do erro. Mas nem a segunda chance querem pegar...

E quem sou eu para dizer que este comportamento é mais do que reprovável? Sou apenas uma tia que, pela segunda vez, presencia essa frieza de jovens que deveriam ser exemplo de boa coisa, afinal estudam nos melhores colégios, mas não são nada.

Mas eles apenas repetem o comportamento dos pais. Quem sai aos seus não degenera, não é mesmo?

Que a velhice desses pais seja bem mais leve.



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Vivi com minha mãe:

Aqui num dia de frio


No dia do aniversário da Vivi minha mãe chorou de emoção


A Vivi que acabou de chegar da escola


A Naira e a minha mãe:


Reparem que a neta brejeira passa maquiagem na avó e lhe enfeita os cabelos com flor


Beijo gostoso!


Cópia fiel da avó


A Vivi sempre colada na avó



E, como não poderia deixar de ser:

Uma foto do gato gigante da minha mãe, o Bartolomeu....hehehe
Sempre que pode a gente coloca os dois juntos, pra matarem saudades.


Abaixo, os dois chorões, meu irmão Emerson e minha mãe...
Basta ela ver um dos filhos que cai no choro -  e ele chora também...rs

(ao fundo, colados na parede, os desenhos e cartões da Vivi)


Minha mãe, em mais uma de suas batalhas:




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Queridas:

Tenham todas uma ótima semana!

Estou no trabalho hercúleo de responder a muitos comentários. Em breve estarei eu teu blog, tá?

Beijoooo e muito obrigada pelo imenso carinho!




quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Voltando devagarinho...





Um presente para todas vocês:

Tutu cuidando carinhosamente de um dos patinhos que nasceu na nossa chácara!

Um fofo, né?




Olá Meninas Queridas!

Nossa, quanto tempo, heim?

Em primeiro lugar quero agradecer o imenso carinho de todos os comentários que recebi ao longo de minha ausência. Todos muito afetuosos, com votos de estima, consideração, sorte, força... Votos de amigas que sabem verdadeiramente quão difícil é a situação neste momento da minha vida.

Fiquei tanto tempo ausente que, neste período, teve a campanha eleitoral baixíssima do Serra, minha candidata Dilma ganhou as eleições, teve Natal, Ano Novo, enchentes calamitosas no Rio... Foram tantos acontecimentos importantes que deixei passar sem comentar aqui no blog. Senti tanto por isso, pois quem me acompanha sabe que sou uma palpiteira de plantão...rs

Neste longo período meus peludos também aprontaram bastante: o Vuvuzela fugiu e fiquei 3 dias à caça até encontrá-lo (com direito a cartaz, anúncio em rádio e jornal, longas caminhadas de manhã até noitinha, equipe de amigas me ajudando); a Lola, uma lady sempre tão bem comportada, foi se aventurar na casa do vizinho e acabou 2 dias presa num quartinho de despejo; o Fiel adoeceu novamente do lúpus e, quando se recuperava, veio novamente a maldita doença do carrapato... Como veem, essa amante dos quatro patas passou bem apertada!...rs

Mas, enfim, lá se vão quase 4 longos meses, né?

Porém, minhas razões de ausência são sérias.

Minha mãe, desde o acometimento do AVC,  vive de altos e baixos constantes. Cuidar dela é muito difícil e cansativo, sendo que exige extrema dedicação e atenção aos mínimos detalhes.

Ela esteve em fase muito melhor, mas no momento encontra-se em grande sofrimento físico e psíquico, pois adquiriu uma úlcera vascular no tornozelo - algo comum em se tratando de acamados, mas distinto de escaras e erisipelas.

Esta ferida, digamos assim, tem-lhe causado imenso sofrimento físico e grande regressão nos avanços que já tínhamos conquistado, tais como: comer sem sonda, rir, ajudar no banho, sentar, reconhecer pessoas...

Atualmente voltamos quase à estaca zero. Ando enxugando gelo...rs

Mas a nossa dedicação parece que dará resultados, afinal hoje o médico nos disse, finalmente, que o prognóstico de fechamento da ferida é grande neste semestre. Isto mesmo que vocês leram: neste SEMESTRE. Uma ferida em acamado pode levar meses ou anos para fechar e cicatrizar.

Em todo este período de ausência, não foram poucas as vezes em que me perguntei "por que"? As crises existenciais vem e vão a todo momento e sempre caio na cilada dos "porques" e dos "ses". Por que comigo?, por que agora?, e se ela tivesse se medicado?, se eu tivesse ficado mais atenta?, se a correria fosse menor?, se a minha depressão não me turvasse tanto?...

São imensos os questionamentos e cobranças que faço a mim mesma.

Não digo que neste momento esteja resignada a este sofrimento, pois estes questionamentos ainda gravitam à minha órbita. Mas acho que estou aprendendo a lidar melhor com a situação e a ser útil sem fazer perguntas e me punir. As coisas são como são e tenho de lidar com elas e ponto final. Nada de lamúrias.

Também cheguei à conclusão de que este é o momento de me reconciliar com minha mãe. Sempre tivemos uma relação de extremo conflito, nunca nos demos bem. Nossa relação sempre teve momentos sazonais: épocas de boa colheita, épocas de entre-safra, épocas de seca extrema.

Por sermos tão diferentes em alguns aspectos e tão parecidas em outros, nunca me imaginei prestando cuidados a ela. Mas hoje cá estou, inteiramente absorta nesta tarefa.

Sei que chegará o momento de me desvencilhar dessa maior aproximação e cuidar da minha vida, afinal não posso viver exclusivamente para isso, como tenho feito nos últimos 4 meses. Terei de aprender a administrar esses cuidados com maiores intervalos de tempo ou à distância. Mas será complicado, pois não ando acertando com as enfermeiras.

Hoje vejo que as profissões ligadas à geriatria são as profissões do futuro, pois dificilmente se encontram bons profissionais nesta área, mesmo com a procura sendo muito grande e pagando-se muito bem. Se partirmos para a base da pirâmide dos cuidados, "cuidadora de idosos" e "enfermeiras/auxiliares domiciliares" nem pensar.

Quero abrir um capítulo à parte em meu blog, futuramente, para contar minha experiência com cuidadoras de idosos, pois ando sofrendo bastante e já tenho dois boletins de ocorrências em mãos - pra vocês verem cada tipinho que me apareceu...rs

Bom, mas cá estou também para dizer que sou muito grata a TODAS vocês, que me apoiam e me incentivam a continuar nesta grande batalha. Também digo que, devagarinho, estou retomando o blog, que tanto amo e que entrarei em todas vocês que aqui comentaram!

Neste longo período ausente, quero aproveitar para agradecer algumas pessoas que muito me confortaram e me animaram a continuar nesta batalha, em especial:


1 - Zenaide Storino, do blog Lata de Luxo: vocês sabem lá o que é receber presentes do outro lado do mundo, lá dos cafundós da Índia? Pois é, euzinha tive essa felicidade!...hehehe. Obrigada pelos lindos presentes, minha querida, e me desculpe a falta de contato. Amanhã postarei as fotos dos mimos, que estão sendo muito bem usados, pois minha mãe sempre amou insensos! Infelizmente, na correria de fim de ano, perdi o endereço, mas teus presentes já estão prontos e depois tricotamos pra vc me dar novamente o endereço para lhe encaminhar uns mimos. Zê, vc é simplesmente adorável...

2 - Elaine Canha, do blog Casinha de Taipa: estava eu quietinha no meu canto e lá vem presentinho fofo da terra do frevo e do Lula, feito pelas próprias mãos de uma doce pernambucana! Uma pernambucana encantadora, lutadora, que está dando a volta por cima em muitos problemas! Minha linda, teus presentes me encantaram. Os teus já estão prontos faz um tempinho, mas nunca encontro tempo pra mandar, escrever a cartinha... Mas até semana que vem pretendo fazê-lo.

3 - Giovanna Valfré, do blog Bordados e Retalhos: quando as nuvens negras se aproximam, lá vem minha lufada de vento me acariciar... Uma queridíssma que sempre me escreveu neste período de sofrimento, sempre me prestou apoio e carinho, mesmo estando tão distante. Muito obrigada, linda!

4 - Simone, do Cantinho do Patchwork: esta menina miguxa já conheço pessoalmente, um fofa, carinhosa, linda, meiga. Ela é muito mais do que se mostra no blog. Minha querida, muito obrigada pela linda cartinha e pelo charmoso cartão de Natal. Tuas palavras acalentaram meu coração e minha alma. Muito obrigada, de coração.

5 -  Lourdes Fiedler, do blog Na Onda das Artes: minha sobrinha Naira acabou indo para Peruíbe (cidade da Lou) e, por ela, acabamos fazendo uma troquinha de última hora. Nos falamos por telefone e ficamos com gostinho de "quero mais", pois ainda nem nos conhecemos e já fizemos duas troquinhas...hehehe. Lou, vc é minha querida da praia! Não vejo a hora que volte a mil com as postagens, tá?

6 - Neli, do Caprichos by Neli: outro dia (sabe nestes dias que a gente está beeemmm pra baixo?!) recebi um email tão querido, mas tão querido, que meus olhos marejaram... Uns dias depois, quando a tristeza ameaçava tomar conta de mim de vez, lá vem a salvadora da Neli, de surpresa, me telefonar e me apaziaguar a alma! Que santa mulher, que vida difícil ela teve e ainda encontra tempo para desperdiçar comigo, me telefonar, me escrever, me animar, me confortar... Como pode existir gente assim? Nos identificamos de cara e não vejo a hora de conhecê-la!

7 - Cínthia Branco, do blog Sobre Viver em Sinop: quando entrava com mais tempo nos blogues, a Cínthia sempre me chamava a atenção: divertida, inteligente, carinhosa, mãezona, esposona...toda grande de coração e de alma. Depois tive a sorte de ganhar meu primeiro sorteio com ela. Estávamos desenvolvendo uma amizade tão bacana! Aí teve esse cataclisma em minha vida, mas lá estava a Cí me escrevendo e me dando até telefone por comentário. As bolas de ferro que andam agarradas em meus tornozelos me impediram de chegar até ela, mas desta vez esta amiga não me escapará...hehehe. Muito obrigada pela deferência em teu blog, minha querida! Teus presentes já estão prontos e pretendo te mandar agora em fevereiro, com supresinhas e tudo...hehehe

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Agora deixo com vocês mais algumas fotos do meu cute-cute, do meu bebê, do meu fofo... o super Tutu!!

O Tutu sempre teve um instinto paternal bem aguçado: cuidou do Pitico e do Vuvuzela quando bebês. Lambia, pegava pela boca pra levar ao pote de ração e de água, ensinava a comer plantinhas, a caçar lagartixas...

O que eu não sabia é que ele cuidaria também de patinhos....hehehe


Este é um outro patinho



Aqui a ninhada toda - e ele lambendo um por um!!

Pode uma coisa dessas??


Ele e a filharada postiça...hehehe


Sete lindos patinhos!  :O)


Aqui eles indo embora, pois a mamãe pata os aguardava de volta.
E o Tutu ficou procurando os bonitinhos pela casa toda, tadinho...


Aqui a minha mãe com um dos patinhos.
O acariciou e o beijou... lindos, né?


E o patinho se aninhando nela...rs



Aqui novamente o Tutu com a filharada..rs


E aqui o Tutuzinho, com seu espírito de companheiro e cuidador, zelando pela minha mãe.

E com ela fica horas e horas!!


Lindos né?  :O)



E aqui as fotos mais lindas do dia:

Minha mãe com a neta Vitória, a minha Vivi.

Que criança de 10 anos chega correndo da escola e se deita com a avó acamada, que não fala, pra contar-lhe como foi o dia?? E ela larga qualquer brincadeira pra brincar com a avó! Nada pra ela é mais importante que ver a vovó sarar logo...


E a minha mãe já sabe a hora que ela chega da escola e vai se deitar junto,  dá até uma beirinha da cama pra Vivi, repuxando o corpo doído...

Lá ficam as duas, diariamente, a tertuliar assuntos secretos, que quando a gente chega, olham de cara feia, como quem diz: "dá licença que é só entre nós duas, tá?"...rs

E ela ri das histórias mirabolantes da neta! Chega a sufocar de tanto rir!

E, assim, avó e neta tentam reverter a peça que o destino lhes pregou: uma separação antecipada...




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Queridas:

Muito obrigada pelo imenso carinho!

Desculpem-me novamente a longa ausência, mas sei que entendem minha condição.

Espero um dia estar à altura para retribuir tanto afeto e compreensão.

Lamento se deixei de citar alguém em especial, mas se for o caso, me retraterei, tá?

E me aguardem que tentarei visitar todos os blogues!

Tenham todas um excelente dia!  :O)

Beijoooo