sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dia da Consciência Negra

Olá Queridas!

Muito mais do que se falar sobre o tema acima, temos de nos conscientizar da importância primordial da inserção social plena do afrodescendente na sociedade brasileira.

Não adianta taparmos o sol com a peneira, como dizem, e pensarmos que não há preconceito no Brasil - esse é um grande equívoco!

O preconceito existe e é diário na vida de quem nasceu com a pele negra ou parda. Diminuiu muito, mas ainda é grande.

Mesmo eu sendo branca, minha avó materna, Da. Maria Eugênia, era mulata. E eu me lembro de que, quando pequena, ela me levava ao parquinho. Era sempre muito divertido, primeiro porque adorava o fato da minha avó só andar de sombrinha na rua, acha aquilo surreal, o máximo! Segundo porque, como a caminhada era longa (ao menos para mim, uma criança), minha avó ia me contando histórias, na maioria das vezes sobre o folclore brasileiro, histórias da infância dela.

Uma vez fomos paradas no caminho por uma mulher que perguntou se era minha babá. O espanto da mulher com a resposta foi tão grande que, dias depois, minha avó ficou sabendo que ela havia ido ao parquinho confirmar se era verdade que "aquela negra" era a avó da menina lourinha, se não deveriam acionar a polícia.

Eu ainda me lembro da cara da minha avó naquele dia, da tristeza no semblante dela e de como voltamos em silêncio para casa. Naquele dia não houve fábulas nem histórias do homem do saco, da mula sem cabeça, do saci, do negrinho do pastoreio... A sombrinha florida que me alegrava voltou fechada embaixo do braço.

Houve um hiato longo e triste onde, hoje imagino, minha avó deve ter matutado o porquê de tudo aquilo e ter definido dentro dela: "isso nunca vai mudar". Ela já devia ter perto de 65 anos nessa época. Uma senhora que merecia um mínimo de consideração.

Não sei quantas vezes minha avó Maria Eugênia passou por isso na vida, mas eu acredito que tenha sido uma luta diária. Eu acredito que ela tenha acordado todos os dias e pensado: mais um dia para contar até 10 antes de explodir.

E eu acho que assim foi por anos a fio. Quando eu tinha perto de 10 anos o Alzheimer a alcançou e ela partiu lentamente de nossas vidas. Em seus raros momentos de lucidez, ainda me lembro dela na cama me olhando e dizendo: "você não sabe a sorte que tem de ser branquelinha..."

Acompanhar esse discurso de alguém que você tanto ama e admira é algo avassalador. Por isso sempre comprei essa briga, sempre estive ao lado de quem é fraco ou oprimido. Essa passagem em minha vida definiu quem sou hoje.

O meu desejo, nesta data que é tão importante e não apenas mais um feriado para ir passear, é que a população se conscientize que as diferenças tem de ser diminuídas! Eu nem sei qual a melhor saída, se com cotas raciais ou não, mas a discussão do tema é relevante e toda sociedade deve participar: a inserção do negro tem de ser feita, nem que seja na marra!

Eu acredito que um dia viveremos em harmonia, assim como pude presenciar em minha família: meu pai louro, minha avó mulata, minha mãe morena e nós 5, os filhos, cada um de uma cor...

Abaixo segue um vídeo espetacular! É de dança celta e sapateado americano, retratando um duelo entre brancos e negros.

Vejam até o final e comprovem que a harmonia entre cores e raças é totalmente possível!

Beijooooo e bom feriado a todas!  :O)



3 comentários:

  1. Boa noite amiga,

    Viveremos em harmonia sim!
    Essa desigualdade irá desaparecer pouco a pouco, porque só as leis de Deus são eternas.
    Todos os homens são submetidos às mesmas leis naturais, todos nascem com a mesma fragilidade.
    Será que é tão difícil de entender isso?

    Um abraço.

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  2. Sil, importante esse post!
    Alguns adultos, precisam aprender com as crianças pois ela sim, não tem maldade nem preconceito.

    beijos amiga

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  3. Maravilhoso, impressionante,empolgante!!!!!
    Quem dera que todos nós vivessemos nessa mesma harmonia e união!!!!!Certamente, o mundo teria bem menos problemas!!!!!!
    Beijão!!!!!!!!!

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