Quando eu cursava a faculdade de Letras (fiz na Unicamp, em Campinas), havia a lista de livros obrigatórios. Não conseguiria se formar sem que fossem lidos. Claro que os li, pois os exames eram tão rigorosos que era impossível passar por eles com "resumos" daqui e dali, que todo universitário esperto consegue.
Mas também havia a lista de livros "sugeridos" - não era necessário saber de fio a pavio, poderia passar por exames com as leituras superficiais dos resumões. No caso, uma lista relativamente extensa. E, confesso, nem todos eu li - apelava mesmo aos resumos. Por diversas razões cometi esse pecado: fazia Direito ao mesmo tempo em que cursava Letras, morava em república, a vida era corrida, batalhava estágio e, o principal, achava os livros muito chatos. Enfim, deixei pra lá.
Anos depois, com a mudança do meu irmão para a Europa, "herdei" dele sua mini biblioteca - muito respeitosa, por sinal.
Qual não foi minha surpresa ao me deparar com grande parte dos livros sugeridos da Unicamp? No mínimo a metade dos livros da listagem estavam em minhas mãos (que suavam de felicidades). Teria de tomar providências: lê-los!
Resolvi pegar esta antiga lista de sugeridos e seguir à risca sua leitura. E tenho feito isso vagarosamente, intercalando com outras leituras que me apetecem. Eu não os leio: os saboreio...
Tudo isso para lhes dizer que o livro da vez na minha lista é "Decamerão", do escritor italiano Giovanni Boccaccio. Belíssima leitura da Europa que vivia sob o medo da Peste Negra (século XIV), que acabou por dizimar cerca de 50 milhões de pessoas.
É uma coletânea de novelas bem curtas, num total de 20 histórias, que são contadas por 10 jovens (7 mulheres e 3 homens) que se auto-exilam da Peste no campo, nos arredores da cidade grande, enquanto esta fervilha com a morte.
São histórias muito encantadoras e realistas e, se alguém desejar, poderei relatar algumas delas. São adoráveis. Estou terminando o segundo livro e me deliciando.
O livro, em si, é um divisor de águas na literatura mundial, pois iniciou a fase do Realismo - e este levou ao Humanismo, posteriormente.
Descrevo tudo isso para dizer o seguinte: por que será que julguei tão mal esse livro nos meus 20 anos? O que será que nele me desanimou? Ou será que eu mudei tanto assim?
São questionamentos que me surgem, me comovem e dos quais me cobro. Como posso ter deixado passar esse livro em minha vida, sem ter me dado conta de sua beleza e importância? Eu jamais o teria lido se não fosse pela doação do meu irmão (e sou grata a ele!).
Isto serve de exemplo para muitos que se desanimam diante de uma leitura, inicialmente, difícil. Vale a pena insistir mais algumas páginas, mais um capítulo, se concentrar e tentar se deixar levar pelas palavras ali enredadas. E posso dizer isso de experiência própria.
Deus abençôe Boccaccio e sua inigualável visão...
Olhe aí o livro:
Mas também havia a lista de livros "sugeridos" - não era necessário saber de fio a pavio, poderia passar por exames com as leituras superficiais dos resumões. No caso, uma lista relativamente extensa. E, confesso, nem todos eu li - apelava mesmo aos resumos. Por diversas razões cometi esse pecado: fazia Direito ao mesmo tempo em que cursava Letras, morava em república, a vida era corrida, batalhava estágio e, o principal, achava os livros muito chatos. Enfim, deixei pra lá.
Anos depois, com a mudança do meu irmão para a Europa, "herdei" dele sua mini biblioteca - muito respeitosa, por sinal.
Qual não foi minha surpresa ao me deparar com grande parte dos livros sugeridos da Unicamp? No mínimo a metade dos livros da listagem estavam em minhas mãos (que suavam de felicidades). Teria de tomar providências: lê-los!
Resolvi pegar esta antiga lista de sugeridos e seguir à risca sua leitura. E tenho feito isso vagarosamente, intercalando com outras leituras que me apetecem. Eu não os leio: os saboreio...
Tudo isso para lhes dizer que o livro da vez na minha lista é "Decamerão", do escritor italiano Giovanni Boccaccio. Belíssima leitura da Europa que vivia sob o medo da Peste Negra (século XIV), que acabou por dizimar cerca de 50 milhões de pessoas.
É uma coletânea de novelas bem curtas, num total de 20 histórias, que são contadas por 10 jovens (7 mulheres e 3 homens) que se auto-exilam da Peste no campo, nos arredores da cidade grande, enquanto esta fervilha com a morte.
São histórias muito encantadoras e realistas e, se alguém desejar, poderei relatar algumas delas. São adoráveis. Estou terminando o segundo livro e me deliciando.
O livro, em si, é um divisor de águas na literatura mundial, pois iniciou a fase do Realismo - e este levou ao Humanismo, posteriormente.
Descrevo tudo isso para dizer o seguinte: por que será que julguei tão mal esse livro nos meus 20 anos? O que será que nele me desanimou? Ou será que eu mudei tanto assim?
São questionamentos que me surgem, me comovem e dos quais me cobro. Como posso ter deixado passar esse livro em minha vida, sem ter me dado conta de sua beleza e importância? Eu jamais o teria lido se não fosse pela doação do meu irmão (e sou grata a ele!).
Isto serve de exemplo para muitos que se desanimam diante de uma leitura, inicialmente, difícil. Vale a pena insistir mais algumas páginas, mais um capítulo, se concentrar e tentar se deixar levar pelas palavras ali enredadas. E posso dizer isso de experiência própria.
Deus abençôe Boccaccio e sua inigualável visão...
Olhe aí o livro:
E a Ni (Lola) supervisionando e pedindo atenção...rs
Se alguém desejar dicas de livros, estou a postos!
Beijos em todas!
Gostei muito de falar de leitura aqui no seu blog porque é do que voce mais entende.
ResponderExcluirEstou feliz pelo blogue.
Beijo e boa sorte em tudo na vida.
Angélica
Esqueci de dizer que a Ni continua lidinha.
ResponderExcluirAngélica
Sabe..acho que a eternidade dos livros serve para isso...eles sempre estarão lá quando estamos realmente prontos para eles!!
ResponderExcluirVivo as mesmas situações que você, somente nesse ano já li alguns livros que ignorei tempos atrás.
Beijos...sempre!