Olá Sacizinhas! :O)
Hoje é um dia muito especial, pois pertence àquele menino negrinho, levado, faceiro, arteiro e de uma perna só, que é mais conhecido como Saci Pererê!
O Saci merece um dia só pra ele, pois pertence a todo povo brasileiro e suas estrepolias povoaram muitas infâncias no passado.
Porém, em nome de escolas de inglês e da idolatria pela cultura americana, passamos a renegar nossas origens, a ter vergonha de nossa história, a ter vergonha do nosso adorável Saci até quase ao ponto de esquecê-lo completamente...
Eu me entristeço desses rumos que nossa cultura toma. Não sou contra agregar novas festas e comemorações. Toda aglutinação de culturas contribui para um engrandecimento pessoal e da nação.
Mas o que ocorreu com nosso Saci e outros personagens incríveis de nosso folclore foi um descaso completo, uma constatação de completa falta de amor ao que nos pertence como origem. O que ocorreu é que passamos a ter vergonha de nossa história até chegar ao ponto de nem mais contá-la.
Muitos adultos jovens, na faixa dos 20 anos, nunca ouviram falar do Saci ou da Mula Sem Cabeça, Negrinho do Pastoreio - folclore genuinamente nosso, de estirpe pura!
Mas o Saci, além de levado, é valente e corajoso. E está renascendo em muitos corações, por meio de cidades e pessoas que decidiram protegê-lo.
Um dos mais vigorosos mitos do Brasil rural, onde surgiu há mais de dois séculos, o Saci vem arrebatando a data cada vez em mais municípios – incluída a capital paulista, desde 2004 – e comemora seu dia estadual em São Paulo pela sexta vez. Os primeiros a festejar a data, em 2003, foram os moradores de São Luiz do Paraitinga, no vale do Paraíba, onde foi criada a Sosaci. Uma das vitórias da associação, em seis anos de divulgação da lenda, é a difusão do dia pelo país. O menino negro de uma perna só tem data municipal em cidades paulistas como São José do Rio Preto e Angatuba. O 31 de outubro também é consagrado a ele em Vitória, Fortaleza e na mineira Uberaba. E isto está se estendo a diversas outras cidades nos estados de SP, MG, SC, RJ, CE, AM... etc.
O problema é que uma parcela de nossa sociedade prefere abrir as portas a tudo o que é estrangeiro, principalmente dos Estados Unidos, com a ideia de que o que vem de lá é o melhor do mundo - o que não é verdade!
Vamos valorizar mais nossa cultura. Não precisamos desprezar as outras, podemos aglutiná-las à nossa história. Porém, abandonar nossas origens, jamais!
Beijoooo e muitas peraltices de Saci pra todas vocês!
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Meus encontros com o Saci
Eu ainda me lembro da minha avó materna, Da. Maria Eugênia, que nos encantava em noites de tédio ao contar as estrepolias fantásticas do Saci. De manhã cedo, depois de termos passado a noite toda sonhando com o sapeca Saci, ela nos mostrava, com uma expressão única nos grandes olhos de jaboticaba: "vejam, o Saci esteve aqui, derrubou o balde de água, mexeu nas plantas, escondeu o leite, abriu o chuveiro, fez trança nos pelos do cachorro Rex... "
Nossa, e eu acreditava piamente! Minha avó acordava bem mais cedo e remexia em tudo para fazer de conta que o Saci esteve ali...hahaha. Até trança no Rex ela fazia, só para que se prolongasse nosso prazer de tentar encontrá-lo. Ela era tão arteira quanto o Saci!
Em dias muito quentes e com muito vento, quando as roupas balançavam muito no varal e formavam redemoinhos pequenos na areia fina do quintal, lá vinha minha avó Eugênia com a peneira na mão a nos dizer: "corram, joguem logo a peneira no redemoinho pra ver se a gente cata um Saci!". E íamos eu e meus irmãos correndo atrás do redemoinho, tentando catar o Saci...hehehe. Que delícia!
Minha mente fervilhava com tantas fantasias, quando um dia soubemos que minha avó se despedia lentamente de nós, visitada que foi pelo Alzheimer.
A falta que ela me fez, aliada à curiosidade em querer encontrar um Saci, fez com que eu descobrisse um escritor que me abriu ainda mais a imaginação e me despertou em definitivo o gosto pela leitura: Monteiro Lobato. Depois de minha avó Eugênia, foi ele quem me contou as melhores histórias de Saci do mundo!
Muito obrigada, querida avó Maria Eugênia.
Muito obrigada, querido Monteiro Lobato.
Desejo que Deus tenha lhes dado um bom descanso, pois vocês fizeram minha infância muito mais feliz!
A falta que ela me fez, aliada à curiosidade em querer encontrar um Saci, fez com que eu descobrisse um escritor que me abriu ainda mais a imaginação e me despertou em definitivo o gosto pela leitura: Monteiro Lobato. Depois de minha avó Eugênia, foi ele quem me contou as melhores histórias de Saci do mundo!
Muito obrigada, querida avó Maria Eugênia.
Muito obrigada, querido Monteiro Lobato.
Desejo que Deus tenha lhes dado um bom descanso, pois vocês fizeram minha infância muito mais feliz!
Desejo a todas que encontrem muitos Sacis peraltas por aí e que passem essa ideia adiante.
Feliz Dia do Saci a todas!
Visitem o site do Saci Pererê!